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O grande encontro

O Brasil foi o foco das discussões no 8º RH Meeting, que reuniu 40 executivos de recursos humanos no interior de São Paulo

Por Da Redação
Atualizado em 15 out 2024, 10h09 - Publicado em 15 ago 2014, 10h13
8º RH Meeting, que reuniu executivos de RH no interior de São Paulo (Denis Ribeiro / VOCÊ RH/)
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São Paulo – O passado, o presente e o futuro da nação estiveram em pauta na oitava edição do RH Meeting, evento promovido pela VOCÊ RH para os principais líderes de recursos humanos do Brasil. Em São Roque, no interior de São Paulo, onde estiveram de 7 a 9 de maio, os executivos puderam refletir e debater sobre os atuais desafios de fazer gestão de pessoas num país que carrega uma história de déficit de formação.

“O Brasil investe apenas 18% do PIB em formação de mão de obra. Os países ricos investem mais de 30%; a China investe 40%”, afirmou o economista e cientista social Eduardo Giannetti da Fonseca em sua palestra de abertura.

Apoiado em dados do passado e do presente, Giannetti levantou o desafio do bônus demográfico, fase em que a população produtiva atinge a proporção máxima em relação à de inativos (crianças e idosos), já vivido pelo país.

O problema — e aí bate na agenda de todos os líderes de gestão de pessoas — é o nível de formação desse contingente ativo da população e, consequentemente, quanto essa parcela está entregando e tornando o país mais produtivo. Dando sequência à apresentação de Giannetti, Carla Mayumi, sócia da agência Box1824, detalhou o estudo O Sonho Brasileiro, respondendo em números o país que os jovens desejam trabalhar e viver.

O professor espanhol José Ramon Pin, diretor das Organizações Internacionais de Investigação do Iese, escola de negócios da Universidade de Navarra, abriu a quinta-feira de debates, dia 8, e provocou a plateia com base em situações que ele enxerga na área de pessoas. “Um dos problemas que ainda vejo no RH é a falta de indicadores”, disse Pin.

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“Todos os outros profissionais da empresa lidam com números. Com o RH não pode ser diferente.” Pin também falou da importância de trabalhar os desligamentos das pessoas. “A preocupação de uma empresa não deveria ser a saída das pessoas, mas sim a forma como elas saem”, afirmou.

À tarde, a antropóloga Lívia Barbosa, professora e pesquisadora da ESPM, falou sobre meritocracia no país do jeitinho. O tema, segundo Lívia, é polêmico em qualquer parte do mundo, mas no Brasil a carga em cima da palavra meritocracia é um pouco maior. As razões para isso, segundo a professora, estão numa sociedade passiva, que ainda não se acostumou a cobrar por seus méritos.

“No Brasil, os privilégios corporativos são dados aos que têm habilidade política, relacional, e não aos que têm inteligência e capacidade”, disse. Embora ela acredite que a meritocracia esteja avançando nas empresas privadas, Lívia ainda vê muita gente usando de forma errada o que seria a principal ferramenta para medir o mérito — a avaliação de desempenho.

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“A avaliação é na verdade uma justificativa de desempenho”, diz. “Você usa essa ferramenta para explicar por que não alcançou as metas estipuladas.”

Para concluir a agenda de conteúdo, Renato Meirelles, presidente do instituto Data Popular, também chacoalhou o público ao mostrar quem é a nova classe média brasileira e quanto esse novo perfil deve impactar a gestão de pessoas nas companhias. O principal concorrente das empresas, segundo Meirelles, não está no vizinho corporativo, mas no empreendedorismo.

De acordo com suas pesquisas, 69% dos brasileiros da classe C concordam que ter negócio próprio é melhor do que trabalhar para os outros e 34% já pensam em abrir o próprio negócio nos próximos anos. “Empresas que vão conseguir reter os profissionais são aquelas cujo ambiente permite o empreendedorismo”, afirmou. 

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No último dia do oitavo RH Meeting, o jogador Denílson, pentacampeão pela seleção brasileira em 2002, emocionou o público ao contar sua trajetória pessoal e profissional e fechou o evento otimista em relação ao Brasil, apesar do clima de revolta e indignação que tomou conta da sociedade brasileira.

“Que país é este, Denílson?”, perguntou um executivo. “Este aqui é o Brasil, não? E eu quero acreditar que podemos soltar uma exclamação no final desta frase e assumir juntos que vivemos num país incrível. Que país é este!”, respondeu Denílson, arrancando risadas e aplausos da plateia.

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